Autor: Claude Schuhmacher
Tradutor: Douglas Pacifico
Este artigo é uma tradução livre do conteúdo disponível no site da empresa Aquarienanlagen Schuhmacher (http://www.aquarienanlagen.de/ , http://www.geile-muscheln.de/), escritos pelo Sr. Claude Schuhmacher, proprietário. A tradução e divulgação em língua portuguesa deste material me foram devidamente autorizadas pelo autor, a quem agradeço pela gentil concessão. Herzlichen Dank!
A seguinte página foi aqui traduzida e adaptada:
As particularidades das Tridacnas são a concha dividida em duas metades (bivalve) e o modo de alimentar-se filtrando microorganismos em suspensão na água (microfagia). As conchas envolvem praticamente todo o corpo do animal. Ela se rompe em duas partes durante o desenvolvimento larval do animal, e as metades são mantidas unidas com o auxílio de ligamentos e de 2 a 5 pequenos ou grandes dentes (que se alojam próximos da vértebra de fechamento da concha, ou bisso). Nesta região do animal (“fundo”) situa-se a vértebra, que corresponde ao estágio embrionário da concha de um molusco.
Ao redor desta vértebra percorrem de forma concêntrica e praticamente paralela as faixas de crescimento. As conchas em si são compostas de três camadas, chamadas de Periostracum, Ostracum e Hypostacum. A camada mais externa, o Periostracum, é composta de escleratina (uma camada resistente de proteínas entrançadas), ela protege as conchas contra o meio agressivo que é a água salgada do mar. Além disso, esta camada forma o ligamento da concha. Em seguida temos o Ostracum (camada prismática), composta de aragonita, que se organiza nas chamadas lamelas horizontais. A última camada antes do manto é o Hypostracum (também conhecida como madrepérola), composta de calcita, que recobre a camada prismática. O molusco constrói esta camada de dentro pra fora, em alguns animais estas camadas são levemente coloridas.
Por conta da microfagia (microfiltração), a cabeça e a rádula (“língua” raspadora dos caracóis) são involuídas para fins de alimentação. A geração de corrente de água, a filtração de água e a expulsão de partículas são feitas pelas guelras superdimensionadas.
O espaço existente entre as conchas e o manto forma uma câmera de filtração muito eficiente, na qual uma corrente de água constante é gerada, porém de fluxo variável controlado por uma espécie de pequenos cílios.
O fluxo de água é guiado pelas guelras através da abertura de saída de água (abertura de egestão) e bem abaixo desta através da abertura de entrada de água (abertura de ingestão), nas quais (guelras) partículas de alimento de cerca de 25 mícrons (micrômetro, µm) são filtradas e consumidas. As partículas maiores que são eventualmente apanhadas (e que não podem ser aproveitadas pela tridacna) são excretadas.
As tridacnas existem há cerca de 200 milhões de anos e são perfeitamente adaptadas ao meio em que vivem. Estes animais estão ameaçados de extinção através da pesca massiva, do fenômeno climático El Niño e da degradação do meio-ambiente. As tridacnas são protegidas mundialmente pelo tratado de Washington. Felizmente existem hoje muitas fazendas de criação destes moluscos, que têm capacidade suficiente para atender a demanda mundial.
A taxonomia das tridacnas é a seguinte:
- • Reino: Animalia
• Filo: Mollusca
• Classe: Bivalvia
• Subclasse: Heterodonta
• Ordem: Veneroidea
• Família: Cardiacea
• Subfamília: Tridacnidae
As espécies da subfamília Tridacnidae estão divididas em dois gêneros:
- • Gênero Hippopus
- o H. hippopus
o H. porcellanus
• Gênero Tridacna
- o T. crocea
o T. derasa
o T. gigas
o T. maxima
o T. squamosa
o T. tevoroa
Uma nona espécie, Tridacna rosewateri, não é reconhecida de forma unânime, apesar de ter sido descrita em 1991. De acordo com informações encontradas em sites da Internet, o nome não foi reconhecido por ser a espécie identificável somente pelo manto e por ser encontrada somente em uma região restrita do Indo-Pacífico (banco Saya del Malha, na região das ilhas Maurício). Por este motivo, ela é classificada como uma variante da T. squamosa. Esta tridacna foi nomeada em homenagem a J. R. Rosewater, que revisou toda a classificação taxonômica da família Tridacnidae.
As tridacnas são encontradas em todo o Indo-Pacífico e no Mar Vermelho. Elas se incrustam principalmente dentro ou sob os corais ou sobre a areia ou parede de proteção dos recifes de corais.
As tridacnas vivem exclusivamente em águas rasas, nas quais obtêm uma quantidade suficiente de luz para seu desenvolvimento. Algumas espécies vivem em águas tão rasas, que durante a maré baixa ficam expostas ao ar. Por outro lado, T. gigas podem ser encontradas em profundidades de até 20 metros.
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