O ultimo recurso levado a frente - Remontagem
Enviado: 12 Abr 2010, 01:35
Caros Colegas de Aquarismo.
Depois de mais de 10 anos de hobby, me deparei com um dos maiores dilhemas do aquarismo. Crash x Remontagem.
Primeiro vou fazer uma breve descrição do meu aqua:
Reef de 350 lts. 1,20 x 0,50 x 0,50 m. Sump de 90 litros + refúgio de 70 litros. Estava montado a mais de 3 anos e abrigava uma boa quantidade de corais, na sua maioria acróporas (40 no total), além de 6 peixes: 1 Blue Tang, 2 Palhaços, 1 Mandarim, 2 Green Chromis e 1 Coral Beauty. Além de 4 anêmonas.
Algumas coisas me incomodavam, e isto ajudou a tomada de decisão pela remontagem, como a posição das rochas, que foram sendo acrescidas desde a montagem, O sistema de retorno e a fixação dos corais, que a atempos gostaria de passar para pinos.
Mas o maior problema, foi que o sistema estava entrando em um colapso, pelo excesso de pragas, que não conseguia controlar e pelo crash no substrato (Que eu imaginava e pude constatar com a desmontagem).
Entre as pragas, as Valonias eram as que mais me incomodavam, mas além disso tambem haviam focos de briopsias e muitas aipitasias. Cianos também eram um problema recorrente. Apesar disso, os corais estavam muito bem, mas perdi alguns meses antes por causa deum tratamento com azitromicina para acabar com as cianos.
Assim estava o aquario:

Esta imagem da Bota mostra como as valonias tomaram conta de tudo:




As aipitasias estavam se proliferando, sem controle:

E as Cianos, sempre controlava, mas voltavam:


Bom, Depois de ler muito e me aconselhar com o Mathias, que me ajudou muito na decisão e na remontagem, resolvi partir pra prática. Mas como remontar e manter o sistema funcionando, visto q não havia onde abrigar as espécies ? Foi aí, que conversando com o Mathias, bolamos um esquema de fazer as coisas de maneira gradativa para diminuir os impactos sob as espécies.
A idéia consistia em retirar e ir retirando os elementos do aquario por etapas, passar a maior parte para um outro tanque, remontar e deixar ciclar parcialmente e voltar tudo gradativamente.
Primeiro retirei metade das rochas e aloquei os corais sobre bandejas de acrílico, já fixando estes em pinos que seriam usados posteriormente para prende-los nas rochas. Estas rochas retiradas já foram para o cloro, pois a idéia consistia em clorar tudo.


Para agilizar o processo de clorar, secar e remontar, tive que inovar no processo, já que moro em apartamento, não tenho muito espaço e precisava ser rápido. Resolvi então utilizar um método misto.
Primeiro as rochas ficaram de molho em cloro por 24 horas, depois foram lavadas com agua quente no chuveiro, fervidas e depois fornadas a 350 graus. Desta forma não ficou vestígio nenhum de cloro em pouco tempo.
Aqui a fervura, depois de sair do cloro.


A Fornagem:

Tão quente, que saia fumaça. rs

Isto foi feito em 2 etapas, primeiro com metade das rochas e depois com o restante após montagem do tanque de hospedagem.
O tanque de hospedagem foi a única forma que encontrei de manter as espécies vivas fora do tanque principal, para isso consegui uma caixa marfinite com um amigo, Renato na Mister Fish, que também tenho muito a agradecer por me ajudou muito nisso e esta foi ligada ao sump e refúgio. Desta forma mantive parte das bactérias nitrificantes por causa do substrato do refúgio. A amonia aumentou um pouco, chegou a 0,25, mas isto foi o máximo que chegou.
O tanque manteve a iluminação principal do aqua.

Este é o caminho da agua do tanque para o sump:


Depois disso o restante das rochas pode ser retirado, passou pelo mesmo processo acima e pude tirar o substrato. Percebi nesta hora que ele estava mesmo em crash, parte estava escura e parte compactada. Apesar de usar halimeda, a falta de cuidado com a manutenção por motivos particulares, que passei nos ultimos meses, e pela circulação irregular, este estava bastante mal tratado.
Depois de tirar tudo, Tamb´m clorei 80 kilos de substrato, lavei, e fornei tudo.
O tanque teve de ser virado para poder clorar o fundo que estava coberto pelas valonias:

Aqui as valônias na bota

Aqui, depois de despejar cloro puro em cima: rs

A grande sacada para tirar este cloro depois foi a adição de agua quente no aqua depois de escuar o cloro e a colocação de agua com anti cloro no aqua cheio de agua doce. Ficou sem nada de cloro.
Depois pude reorganizar as rochas, colar tudo e fazer os furos para os pinos. Isso foi muito complicado. Tenho rochas de 3 tipos. 50% é natural, outros 15% são de rochas artificiais comerciais (aquelas vermelhas) e o restante era aragoconcreto, muito quebradiças e ruins de se furar. Mas depois de mais de 1 kg de durepoxi grudando tudo cheguei a isto:

Gostei do formato, porque desta forma pude aumentar a área para colocaçnao dos corais além de ter ficado mais bonito que o paredão.
Agora era só colocar agua e botar pra ciclar. Foi bem complicado filtar os 220 litros de agua que precisava por RO, pois o filtro levava muitos dias para fazer isto, mas a única saída foi ter paciencia. Filtrei e echi o aqua todo em 4 dias , coloquei uma bomba para circular e começei a adição de stability para ajudar na ciclagem. 15 dias depois coloquei alguns paguros e algumas mudas de corais moles para sentir o aqua, que estava com a amonia já baixando, mas o nitrato zerado ainda.
Passada mais 1 semana, a amonia quase zerou e o nitrato foi para 50 ppm, esperei mais uma semana e como o tanque de transição estava com a amonia subindo, e a adição de resina não mantinha esta baixa resolvi começar a passar os animais de volta.
Peixes voltaram e depois de 1 semana, com nitrato ainda em 40 ppm, desliguei o refúgio e sump do outro sistema, lavei tudo, clorei, fornei e remontei o aqua com todo o sistema integrado. O tanque de transição ainda ficou com os corais duros, ams tudo ficou bem.
Aproveitei para dar uma geral no sump, pintei os encanamentos:

Dei aquela limpada no reator de calcio e no skimmer, que ainda tá maluco:

E mudei o sistema do substrato do refúgio para bandeijas. Acredito que o acumulo de detritos no refúgio ajudou a piorar o sistema. Meu refúgio recebe agua por derivação na queda e isso faz com que o substrato fique muito sujo. Não gostava de fazer sifonagem nele porque boa parte da micro vida ia embora, agora acho q vai ficar mais fácil.
Ficou assim:

O sump todo:

Depois disso, passada 1 semana os corais todos voltaram. Foi muito fácil realocar tudo por causa dos pinos. Mas muito complicado foi tirar as valônias do pé dos corais que ainda tinha elas. O Mathias me recomendou mergular o pé em cloro, mas achei muito arriscado, então raspei todas as bases e onde havia valonia cobri com durepoxi.
Algumas colonias lindas de zoanthus, gsp, bsp e mushs tiveram que praticamente ser dizimadas. Esta rocha abaixo era linda, agora restou só uma mudinha pra começar tudo denovo. Mas melhor assim, os corais crescem novamente.

Ficou só isso:

Hoje está assim:





No geral tudo está muito bem, apesar do nitrato ainda alto, as algas marros estão começando a aumentar e isto é inevitável, mas situação é muito melhor do que era. Não perdi nenhum animal, alguns corais começaram a ter rnt, mas os pedaços foram cortados e espero que se recuperem.


Vou postando a evolução aqui.
Acho que este topico vai ajudar muita gente que como eu se depara com um dilhema destes. Serve com um guia.
Depois de mais de 10 anos de hobby, me deparei com um dos maiores dilhemas do aquarismo. Crash x Remontagem.
Primeiro vou fazer uma breve descrição do meu aqua:
Reef de 350 lts. 1,20 x 0,50 x 0,50 m. Sump de 90 litros + refúgio de 70 litros. Estava montado a mais de 3 anos e abrigava uma boa quantidade de corais, na sua maioria acróporas (40 no total), além de 6 peixes: 1 Blue Tang, 2 Palhaços, 1 Mandarim, 2 Green Chromis e 1 Coral Beauty. Além de 4 anêmonas.
Algumas coisas me incomodavam, e isto ajudou a tomada de decisão pela remontagem, como a posição das rochas, que foram sendo acrescidas desde a montagem, O sistema de retorno e a fixação dos corais, que a atempos gostaria de passar para pinos.
Mas o maior problema, foi que o sistema estava entrando em um colapso, pelo excesso de pragas, que não conseguia controlar e pelo crash no substrato (Que eu imaginava e pude constatar com a desmontagem).
Entre as pragas, as Valonias eram as que mais me incomodavam, mas além disso tambem haviam focos de briopsias e muitas aipitasias. Cianos também eram um problema recorrente. Apesar disso, os corais estavam muito bem, mas perdi alguns meses antes por causa deum tratamento com azitromicina para acabar com as cianos.
Assim estava o aquario:

Esta imagem da Bota mostra como as valonias tomaram conta de tudo:




As aipitasias estavam se proliferando, sem controle:

E as Cianos, sempre controlava, mas voltavam:


Bom, Depois de ler muito e me aconselhar com o Mathias, que me ajudou muito na decisão e na remontagem, resolvi partir pra prática. Mas como remontar e manter o sistema funcionando, visto q não havia onde abrigar as espécies ? Foi aí, que conversando com o Mathias, bolamos um esquema de fazer as coisas de maneira gradativa para diminuir os impactos sob as espécies.
A idéia consistia em retirar e ir retirando os elementos do aquario por etapas, passar a maior parte para um outro tanque, remontar e deixar ciclar parcialmente e voltar tudo gradativamente.
Primeiro retirei metade das rochas e aloquei os corais sobre bandejas de acrílico, já fixando estes em pinos que seriam usados posteriormente para prende-los nas rochas. Estas rochas retiradas já foram para o cloro, pois a idéia consistia em clorar tudo.


Para agilizar o processo de clorar, secar e remontar, tive que inovar no processo, já que moro em apartamento, não tenho muito espaço e precisava ser rápido. Resolvi então utilizar um método misto.
Primeiro as rochas ficaram de molho em cloro por 24 horas, depois foram lavadas com agua quente no chuveiro, fervidas e depois fornadas a 350 graus. Desta forma não ficou vestígio nenhum de cloro em pouco tempo.
Aqui a fervura, depois de sair do cloro.


A Fornagem:

Tão quente, que saia fumaça. rs

Isto foi feito em 2 etapas, primeiro com metade das rochas e depois com o restante após montagem do tanque de hospedagem.
O tanque de hospedagem foi a única forma que encontrei de manter as espécies vivas fora do tanque principal, para isso consegui uma caixa marfinite com um amigo, Renato na Mister Fish, que também tenho muito a agradecer por me ajudou muito nisso e esta foi ligada ao sump e refúgio. Desta forma mantive parte das bactérias nitrificantes por causa do substrato do refúgio. A amonia aumentou um pouco, chegou a 0,25, mas isto foi o máximo que chegou.
O tanque manteve a iluminação principal do aqua.

Este é o caminho da agua do tanque para o sump:


Depois disso o restante das rochas pode ser retirado, passou pelo mesmo processo acima e pude tirar o substrato. Percebi nesta hora que ele estava mesmo em crash, parte estava escura e parte compactada. Apesar de usar halimeda, a falta de cuidado com a manutenção por motivos particulares, que passei nos ultimos meses, e pela circulação irregular, este estava bastante mal tratado.
Depois de tirar tudo, Tamb´m clorei 80 kilos de substrato, lavei, e fornei tudo.
O tanque teve de ser virado para poder clorar o fundo que estava coberto pelas valonias:

Aqui as valônias na bota

Aqui, depois de despejar cloro puro em cima: rs

A grande sacada para tirar este cloro depois foi a adição de agua quente no aqua depois de escuar o cloro e a colocação de agua com anti cloro no aqua cheio de agua doce. Ficou sem nada de cloro.
Depois pude reorganizar as rochas, colar tudo e fazer os furos para os pinos. Isso foi muito complicado. Tenho rochas de 3 tipos. 50% é natural, outros 15% são de rochas artificiais comerciais (aquelas vermelhas) e o restante era aragoconcreto, muito quebradiças e ruins de se furar. Mas depois de mais de 1 kg de durepoxi grudando tudo cheguei a isto:

Gostei do formato, porque desta forma pude aumentar a área para colocaçnao dos corais além de ter ficado mais bonito que o paredão.
Agora era só colocar agua e botar pra ciclar. Foi bem complicado filtar os 220 litros de agua que precisava por RO, pois o filtro levava muitos dias para fazer isto, mas a única saída foi ter paciencia. Filtrei e echi o aqua todo em 4 dias , coloquei uma bomba para circular e começei a adição de stability para ajudar na ciclagem. 15 dias depois coloquei alguns paguros e algumas mudas de corais moles para sentir o aqua, que estava com a amonia já baixando, mas o nitrato zerado ainda.
Passada mais 1 semana, a amonia quase zerou e o nitrato foi para 50 ppm, esperei mais uma semana e como o tanque de transição estava com a amonia subindo, e a adição de resina não mantinha esta baixa resolvi começar a passar os animais de volta.
Peixes voltaram e depois de 1 semana, com nitrato ainda em 40 ppm, desliguei o refúgio e sump do outro sistema, lavei tudo, clorei, fornei e remontei o aqua com todo o sistema integrado. O tanque de transição ainda ficou com os corais duros, ams tudo ficou bem.
Aproveitei para dar uma geral no sump, pintei os encanamentos:

Dei aquela limpada no reator de calcio e no skimmer, que ainda tá maluco:

E mudei o sistema do substrato do refúgio para bandeijas. Acredito que o acumulo de detritos no refúgio ajudou a piorar o sistema. Meu refúgio recebe agua por derivação na queda e isso faz com que o substrato fique muito sujo. Não gostava de fazer sifonagem nele porque boa parte da micro vida ia embora, agora acho q vai ficar mais fácil.
Ficou assim:

O sump todo:

Depois disso, passada 1 semana os corais todos voltaram. Foi muito fácil realocar tudo por causa dos pinos. Mas muito complicado foi tirar as valônias do pé dos corais que ainda tinha elas. O Mathias me recomendou mergular o pé em cloro, mas achei muito arriscado, então raspei todas as bases e onde havia valonia cobri com durepoxi.
Algumas colonias lindas de zoanthus, gsp, bsp e mushs tiveram que praticamente ser dizimadas. Esta rocha abaixo era linda, agora restou só uma mudinha pra começar tudo denovo. Mas melhor assim, os corais crescem novamente.

Ficou só isso:

Hoje está assim:





No geral tudo está muito bem, apesar do nitrato ainda alto, as algas marros estão começando a aumentar e isto é inevitável, mas situação é muito melhor do que era. Não perdi nenhum animal, alguns corais começaram a ter rnt, mas os pedaços foram cortados e espero que se recuperem.


Vou postando a evolução aqui.
Acho que este topico vai ajudar muita gente que como eu se depara com um dilhema destes. Serve com um guia.




















